English | Español | Português | Italiano | Français | Deutsch | Nederlands | August 15, 2018 | Issue #67 | |
Bem Vindos em Português!O pesadelo AmericanoAs nações da América Latina – cada uma posicionando-se sozinha diante da guerra das drogas imposta pelos Estados Unidos – encontram-se sem voz, sem dinheiro, mas com inteligência. “O mal informado público norte-americano”, assim denominado por um colunista mexicano, tem pouca idéia do grau de “consenso” que existe no continente sobre a proibição de determinadas drogas nos últimos anos. Este boletim de notícias repassa o que a imprensa da América Latina está dizendo sobre a guerra das drogas. Muitas destas histórias podem parecer aos leitores norte americanos fora de contexto, principalmente fora do consenso dirigido pela mídia norte americana no que se refere à guerra contra as drogas. Estas histórias não são relatadas nos Estados Unidos ou dentro outras potências mundiais: nestas mesmas nações que tanto se orgulham de sua suposta liberdade da imprensa. Por que não? Inabilidade? Intencionalmente? O silêncio imposto por uma mídia dirigida pelo mercado? Cada uma destas doenças é um fato e o Narco News não hesitará em examinar os cômodos membros Quarto Poder, um de cada vez, questionando seu papel em todo esse desastre informativo. O consenso criado artificialmente - baseado em mentiras e na má informação – é insustentável. Cada vez que há uma ruptura, essa fratura é chamada de história. O boletim do Narco News não reivindica a objetividade: estamos abertamente nos pronunciando pela quebra do consenso fabricado, em que se prega a ilusão de que a guerra contra as drogas realmente trata-se de combate às drogas como pronuncia o discurso dominante. No sul, como as histórias que traduzimos e resumimos demonstram, há um novo consenso sendo contruído, baseado na realidade da proibição das drogas entre nações e os povos. O boletim do Narco News procura do mesmo modo confortar os aflígidos membros da imprensa que praticam o jornalismo autêntico. Os jornalistas latino americanos (e alguns poucos gringos conscientes), que vivem diariamente face a face com a guerra das drogas, enfrentando um perigo maior do que os burocratas em seus escritórios, estão fazendo um trabalho melhor em cobrir o problema do que aqueles que cresceram tranquilos na terra da liberdade de imprensa. Ao alertar o mundo que só entende e fala inglês sobre o trabalho que está sendo realizado por muitos jornalistas latino americanos (jornalistas Americanos, corrigiria Simón Bolívar), Narco News quer fazer com que estas histórias - e coberturas mais honestas sobre a guerra das drogas – sejam contadas também na mídia dos Estados Unidos. O sonho Americano de BolivarSimón Bolívar (1783-1830) foi uma figura histórica comparável ao general George Washington da América do Norte. Ele também liberou grande parte da América das regras coloniais. A Bolívia foi assim nomeada como país em homenagem à ele. Sua pátria mudou oficialmente de nome em 1999, para República Bolivariana de Venezuela. Seu espírito segue galopando na luta. Bolívar sonhava que as nações de América Latina pusessem de lado suas diferenças e lutassem juntas contra os invasores coloniais. Procurou também o apoio de cidadãos conscientes das nações invasoras que se opusessem às regras impostas sobre o continente americano. Narco News busca fazer desse sonho realidade. E embora as terras onde Bolívar lutou - Colômbia, Bolívia, Venezuela - sejam hoje dominadas pela proibição das drogas imposta pelos Estados Unidos, Narco News coloca uma ênfase especial em outro país: México. Assim que, enquanto o primeiro número do boletim do Narco News vai para... o ciberespaço (não possuimos uma imprensa, assim não reivindicamos sua liberdade), o Embaixador dos Estados Unidos rotula o México como "o lugar das matrizes do tráfico de drogas." Alguma coisa está acontecendo no México que os oficiais de Washington não gostam. Mas não se trata das drogas: é o galope do cavalo de Bolívar, marchando para o norte. Porque o foco no MéxicoA maioria dos cidadãos latino americanos não tem ilusão alguma - ao contrário de seus vizinhos do norte – de que seus governos estão siceramente lutando na guerra contra as drogas. As máquinas do consenso fabricado quebraram na última parte do século XX: a violência, a corrupção, o conluio e a desonestidade do Estado, da mídia, dos bancos e de outros setores poderosos estão todos sufucientemente claros para grande maioria dos latino americanos. Os latinos americanos (Americanos!) não são à favor do abuso das drogas. A porcentagem dos cidadãos nas nações latino americanas que usam ou abusam de drogas ilegais é bem menor do que nos Estados Unidos, a grande nação consumidora. Há, muitas partes da América que ainda sonham com a legalização das drogas e com o controle do problema, assim como a legalização do álcool nos Estados Unidos em 1933. Mas nem todas as vozes são ouvidas, e - assim como nos E. U. - muitas simplesmente não falam. A ameaça da perda do apoio de Washington é anualmente anunciada nas nações dissidentes. As Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional juntam-se na ameaça de colapso econômico para qualquer outra nações que não andem na linha da proibição. E, assim como aguenta a Colômbia hoje, há sempre a possibilidade de uma invasão armada. México, único entre nações americanas, tem o poder chamar a atenção para a simulação de Washington. Os Estados Unidos acusam o México diáriamente, ainda que suas ameaças sejam ocas. As forças armadas dos Estados Unidos não podem invadir o México: o caos e os danos econômicos que uma intervenção militar causaria no interior dos Estados Unidos fariam com que seus próprios cidadãos se voltassem contra seu governo. Os Estados Unidos nem mesmo podem impor uma barrreira econômica ou um boicote contra o México: Cada vez que o peso cai em relação ao dólar norte americano, mais um milhão de mexicanos sobre até a fronteira. E a imigração, para políticos dos Estados Unidos, é uma questão muito mais séria do que as drogas. A imprensa corporativa norte americana perdeu uma grande matéria vinda do México. O movimento mexicano de legalização da droga, por sussurros, converge-se em uma massa crítica. Seus proponentes compreendem o que Simón Bolívar sonhou: o movimento será multinacional, envolvendo muitas nações latino-americanas. A história se faz. E o "mal informado público norte-americano" é, até agora, o último a observar a reviravolta da história. Bem vindos ao nosso sonhoNarco News é um nome estranho, concordamos. "Narco," porque é assim que os latino americanos chamam o comércio ilegal de drogas: O Narco. Suas raízes na língua inglesa estão relacionadas à palavra "sono". Estamos vivendo no pesadelo da guerra das drogas por causa da sonolência imposta pela mídia norte americana. "News" em inglês quer dizer notícia, mas também novidade. A primeira tarefa do Boletim do Narco News é traduzir - palavras e sentimentos - para o público norte americano, assim como notícias e análises que estão sendo relatadas na américa latina e em alguns veículos da imprensa norte america, que estão sendo ignorados pelos meios de comunicação de massa. O que é "novo" sobre a democracia, a dignidade, a soberania, ou sobre o sonho de Bolívar? Se estas histórias ignoradas da guerra das drogas estivessem sendo publicadas e analizadas no interior dos Estados Unidos, aí sim seriam notícias. De algum lugar em um país chamado América,
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