Principal líder indígena da Bolívia está em Mérida
“Não desnaturalizamos a coca. A plantação da folha é nossa história. É como nosso corpo que não podemos perder”, sustenta Felipe Quispe.
Por Karine Muller
Bolsista da Escola de Journalismo Autêntico do Narco News
13 de fevereiro 2003
Chegou ontem na cidade de Mérida, o líder do movimento indígena Pachakutik, Felipe Quispe, também secretário executivo da Confederação Sindical dos Trabalhadores Campesinos da Bolívia. Ele conversou numa entrevista coletiva com os estudantes da Escola de Jornalismo Autêntico. O tema foi a cultura da coca e o fortalecimento do movimento indígena em seu país.
Felipe Quispe
Photo D.R. Jeremy Bigwood 2003
Segundo ele, a principal causa do movimento é a defesa do território indígena, no sentido de torná-lo produtivo e gerar uma economia auto-sustentável. “Defendemos o território como um todo, ou seja, estamos defendendo também toda a água, a madeira e o óleo que nele contém.”
Para protestar contra o livre comércio imposto pela América do Norte, na Bolívia, Felipe e campesinos de todo o país, fizeram, durante 20 dias, um bloqueio de todas as estradas ao redor de La Paz para impedir que produtos estrangeiros entrassem no território. “Para os gringos da América do Norte somos inimigos perigosos, pois eles já sabem que temos força e somos muito organizados”, entende.
Sobre o fortalecimento do poder político do movimento, Felipe Quispe ressaltou a importância da sindicalização. “O movimento indígena na Bolívia tem dois braços, um que é democrático e participa dentro do parlamento e outro que está fora, mas tem capacidade de fazer a luta armada”.
Como Deputado Nacional, Felipe exerce uma autoridade tradicional na Bolívia usando ferramentas deixadas como herança de seus antepassados incas.
Quando questionado sobre a cobertura dos meios de comunicação da Bolívia acerca do movimento indígena, Felipe é contundente : “Todos os meios de comunicação da Bolívia são vendidos. Não temos nenhum espaço para nos expressarmos”.
Para finalizar a entrevista, ele lembrou aos estudantes sobre a importância da luta pela preservação da cultura da coca. E frisou: “Não desnaturalizamos a coca. A plantação da folha de coca é nossa história. É como nosso corpo que não podemos perder”.
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